A encadernação, da mesma maneira que as outras operações da confecção do livro, passou por uma longa evolução, cujo início se perde na remota antiguidade.
Breve história da encadernação
Séc. VIII - XI
Surgiram as encadernações em pele de cervo, porco e tecido.
Cabeceado de alinhavo, sendo as capas de madeira grosseira.
Guardas ausentes ou havia uma de pergaminho.
Cortes aparados.
Decoração simples.
Séc. XII - XIII
Guardas ausentes ou havia uma de pergaminho.
Cortes aparados.
Decoração simples.
Séc. XII - XIII
Cobertura de antílope, couros tingidos e pergaminho.
Costura sobre nervos.
Pranchas de madeira como capas.
Pranchas de madeira como capas.
Lombadas achatadas ou ligeiramente arredondadas.
Cabeceado em ponto de seleiro.
Cortes aparados.
Títulos sobre os cortes.
Guardas de pergaminho.
Decoração mais variada, com fechos.
Séc. XIV - XV
Surgimento da tipografia, com conseqüente aumento do volume de livros e da encadernação. Livros menos imponentes. Surgem novas técnicas e materiais.
Passagem do pergaminho ao papel. Utilizam-se vaqueta, carneiro e porco. Meia encadernação (fim do séc. XV).
Encadernações de tecidos (sedas-brocados).
Costura sobre nervos. Lombada começa a arredondar-se. Nervos salientes, em geral duplos marcados na pele.
Cabeceado trançado de fio ou tirinhas de pele.
Guardas de pergaminho ou papel branco.
Surgem os cortes decorados, dourados ou coloridos para manuscritos. Decoração com filetes ou ferrinhos estampados a frio. Placas, cantoneiras e fechos.
Séc. XVI
Aparecem as encadernações de pequenos formatos.
Estilos da renascença, incluindo as encadernações Aldinas (os Aldi foram famosos encadernadores e impressores em Veneza).
Em Paris e Lyon, surgem oficinas de livreiros e encadernadores. O bibliófilo Jean Groglier, marca um estilo com suas encomendas, com entrelaços nas capas.
Coberturas de tecido até 1530. Vaqueta lisa era mais freqüente.
Aparecimento do marroquim tingido de várias cores nas encadernações de luxo a partir de 1537. No final do século aparecem as encadernações flexíveis em pergaminho.
Costura de nervos marcados e banda de pergaminho reforçando o entrenervo da cabeça e do pé. Cabeceado simples à passamanaria (tipo espanhol) à chapiteau (tipo grego).
Guardas de papel branco ou pergaminho.
Desaparecimento das pranchas de madeira como capas.
Papelões compostos de papéis contra-colados.
Cortes aparados, dourados ou cinzelados para encadernações de grandes ornamentos. Lombada pouco decorada, sem título, depois florões e título incompleto.
Capas estampadas a frio.
Aparição das dourações.
Séc. XVII
Cobertura de pergaminho, pele de carneiro, marroquim e vaqueta para encadernações de luxo. Costura sobre nervos simples ou duplos. Lombada com banda de pergaminho reforçando o lombo. Cabeceado em cores. Guardas brancas até 1640, depois coloridas, penteado fino a sete cores. Capas de cartões rígidos feitos com várias camadas de papéis. Cortes aparados, pintados de vermelho ou azul e dourados para as encadernações de luxo. Decoração no início, com riqueza de ornatos, depois, de excessiva sobriedade no final da época de Luiz XIV. Título no 2º entrenervo. Fim do século, moldura rendada, de um modo geral fineza nos ferros.
Séc. XVIII
Cobertura pleno couro.
Meia encadernação para os livros comuns no final do século.
Marroquim para as encadernações de luxo.
Costura entre nervos.
Lombada com nervos longos no final do século.
Cabeceado de várias cores.
Guardas de seda ou couro.
Papéis de cores variadas.
Capas de papelões de várias camadas.
Cortes tingidos de vermelho, às vezes marmorizados e dourados para os de luxo.
Títulos inteiros no final do século.
Algumas encadernações com mosaicos.
Surge a decoração com estampagem ou impressão com placa matriz, substituindo os ferros avulsos.
Séc. XIX
Aparecimento da encadernação industrial, cartonagem simples ou a la bradel, capa solta.
De 1830 a 1850 expande-se a encadernação francesa, com reflexos em Portugal e no Brasil. Aparecimento da costura sobre cadarços.
Nervos falsos.
Cortes marmorizados combinando com as guardas.
Cortes dourados nas encadernações de luxo.
Séc. XX
Encadernações em couros diversos, percaline (tecido recoberto com resina não plástica colorida; não confundir com produto do mesmo nome comercializado no final do século, composto de tecido e plástico).
Semana de 22, surgem florões e estilos de encadernações alusivos ao evento.
Encadernações meia cana/canaleta, início do século, muito resistente e lombo quadrado para folhas soltas, final do século, resistência e abertura deixando a desejar.
Bibliografia:"Resumen de las principales caracteristicas de las encuadernaciones en el curso de los ciglos" (infelizmente não foi possível identificar o nome do autor do trabalho)
FONTE DO TEXTO:
LITTON, G. História do livro.
http://www.usinadolivro.com.br/brevehistoria.htm
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