segunda-feira, 30 de abril de 2007














Eumenes II (197-158 E.C.), rei de Pérgamo, Ásia Menor


PERGAMINHO

Origem:

O processo de preparação de couros para serem usados como material de escrita aperfeiçoou-se de maneira notável em princípios do século II de nossa era, por obra de Eumenes II (197-158 da era comum), rei de Pérgamo, Ásia Menor.

A arte de preparar o couro passou logo à Grécia e dali à Itália, de onde se difundiu a toda Europa, tendo os monges parte principal e ativa nessa difusão.

Produção e Qualidade:


Para obter pergaminho eram usadas peles de carneiro, de cabra e de vitela. O velino era um pergaminho de alta qualidade e de alto preço; provinha de bezerros nado-mortos. Fabricar pergaminho era um processo caro; um códice volumoso exigia a pele de dezenas de animais.

O fabrico e a comercialização do pergaminho pelos pergaminheiros era um negócio rendoso. Para suportar convenientemente a tinta da escrita e os pigmentos das iluminuras, a pele era tratada para se tornar resistente, flexível e manuseável.

=>Pergaminheiro alemão, 1568.
# Depois de esfolado o animal, a pele era lavada em água e limpa das impurezas.
# Já escorrida, era polvilhada com cal, dobrada sobre o lado da carne para secar durante semanas. # Era esticada em armações de madeira para secar sob tensão, ao mesmo tempo que era polvilhada com pó de cré – que impedia que a tinta de escrever fosse absorvida pelo pergaminho.
# Finalmente, a pele era polida com pedra-pomes para a superfície ficar lisa, uniforme e brilhante.
# O pergaminho era cortado de modo a definir a área da folha; consoante essa folha era dobrada uma, duas ou três vezes, obtinham-se os formatos fólio, quarto e octavo.
# Já dobradas, as folhas eram agrupadas em cadernos e aparadas para obter formatos uniformes.
# Para escrever, o copista-calígrafo usava geralmente uma pena de ganso, cuja ponta fendida ia molhando na tinta. Uma faca, sempre à mão, servia para afiar a ponta da pena.


Os couros têm diferentes qualidades. As peles de vaca e de veado eram as menos apreciadas para a escrita, por sua excessiva grossura. As mais apreciadas para fins códices eram as de vitela, ovelha e cabra. A vitela era suficientemente grossa para se poder escrever nas duas faces e permitia emendas e rasuras, sem correr risco de deterioração. O mesmo não acontecia com o papiro, que, por ser muito fino e devido às desigualdades de sua superfície, permitia a escrita só de um lado.

Conservação da literatura clássica - o pergaminho foi utilizado em Roma, para produzir obras literárias, no primeiro século de nossa era, e os gregos o haviam empregado ainda antes. A partir do século IV da era comum, as literaturas grega e latina haviam sido transferidas dos rolos de papiro, originais, para códices de pergaminho preparados em folhas de forma retangular. Como nem todas as obras consideradas pagãs puderam ser transcritas em pergaminho, nessa época, ocorreram omissões e perdas lamentáveis, sobretudo entre as obras de autores gregos.

Nenhum comentário: